Prendendo as manias

Desde que meus pais citaram a possibilidade de eu fazer uma viagem sozinha, sinto uma vontade infinita de imaginar tudo o que poderia acontecer. Sei que quando faço isso, fujo da realidade. É uma sensação muito boa, eu pelo menos gosto. Como se eu realmente vivesse tudo aquilo sem sair do lugar.

Mas ando me prendendo, evitando fazer isso. Junto com esses sonhos, vem uma expectativa enorme de que pelo menos uma parte disso tudo realmente aconteça. E quando não acontece, é uma decepção. Como ainda não tenho certeza de nada, prefiro fingir que não espero que nada aconteça. É a melhor forma de fugir.

Já me decepcionei inúmeras vezes ao fazer isso, e sei que ainda me decepcionarei muito. Manias não se perdem tão facilmente assim.

Um fato interessante é que escrevi esse texto à um pouco mais de três meses. Mais interessante ainda é que, por culpa de várias coisas que andam acontecendo na minha vida, a tal viagem não vai acontecer tão cedo. E como eu andava me prendendo à sonhar e a fazer toda aquela idealização de sempre, não me decepcionei tanto. Lição de tudo isso: no meu caso, prender minha mania de criar expectativas me ajudou. Apesar disso, se impedir de sonhar não é nada recomendável. Aquele papo de não esperar nada bom e não se decepcionar pode até funcionar as vezes, mas se proibir de esperar que o melhor aconteça pode ser o que o impede de acontecer.

Não acho que esse tenha sido o meu caso (até porque tudo o que me aconteceu estava fora do meu alcance), porém não queria terminar o post com a mensagem de que quem não cria expectativas não se decepciona. Crie expectativas. Não se impeça de sonhar só porque não sabe se vai dar certo. As decepções sempre existirão, não importa o que você pense. E se deu errado hoje, invente logo outra coisa para se empenhar!

Desculpem os clichês, gente! Mas acho que eles traduzem muito ben tudo o que eu queria dizer.