10 de outubro de 2012

Em meio à delírios



Quem á vê passar não tem ideia de seus sonhos. Seus gostos. Manias, desejos ou intenções. Eles passam totalmente despercebidos, principalmente por aqueles que insistem em julgar apenas pelo que vêem, pelo o que escutam ou pelo que acreditam antes mesmo de chegar a saber o nome.

Ela observava com atenção cada movimento, cada resposta, cada feição. De todas, era a mais observadora. E com essas observações, acreditava conhecer um pouquinho de cada um. Um pouco das manias, dos desejos e dos possíveis sonhos. Tudo aquilo que ela gostaria que ao menos uma pessoa notasse nela.

Ela se intrigava. Duvidava a todo instante a seu respeito. Continha mistérios que nem ela mesma se atrevia a desvendar. Tomava atitudes que jurava nunca tomar. Pensava coisas que nunca ninguém imaginou que ela podia pensar. Surpreendente? Não.

Tudo aquilo que se passava em sua mente ficava ali mesmo. Nunca, em nenhum instante, aqueles pensamentos deviam sair de lá. Sua mente era como um mundinho, um mundinho só seu onde ela fazia o que queria, dizia o que queria. E aonde ela sonhava que as pessoas fizessem tudo aquilo que ela esperava das pessoas reais.

A imaginação da menina era de tal modo que as vezes ela mesma se perguntava se era real ou apenas um delírio seu. Criava histórias, vivia experiências, aprendia com elas e conhecia gente nova de todos os cantos do mundo. Claro, o seu mundo.

Pensava o quão seria bom se tudo aquilo existisse mesmo. E quem disse que não existe?

Sonhar acordada era sua própria maneira de fugir de seus problemas, de sua vida. Mesmo que esta nem fosse tão ruim assim. E foi assim, em meio à delírios em seu mundinho, que ela havia aprendido lições para a vida inteira.

Graças a ele, a garota agora madura,sabia muito bem o que era, o que desejava, quais suas manias e de todos que mereciam essa sua atenção. E sabia também como transformar um pouco daquele mundinho em real.

Nenhum comentário: